O mercado de trabalho do Paraná segue em expansão, e a trajetória de Felipe Stoski, 27 anos, é um exemplo dessa tendência. Em menos de dez dias, ele saiu da Agência do Trabalhador de Curitiba direto para um novo emprego como assistente administrativo no setor financeiro de uma agência de comunicação, mesmo sem experiência na área.
“Foi tudo muito rápido. Um pouco mais de uma semana. Agora é aprender tudo que puder na prática, o mais rápido possível”, disse Felipe.
A experiência dele reflete os números divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), que apontam que o Paraná alcançou o maior número de trabalhadores ocupados de sua história. O Estado chegou à marca de 6,13 milhões de pessoas empregadas, o maior índice registrado desde o início do levantamento, em 2012.
Crescimento impulsionado por novos investimentos
O recorde foi alcançado após um aumento de 91 mil trabalhadores ocupados em relação ao terceiro trimestre de 2024, quando o Estado contava com 6,04 milhões de empregados. O crescimento de 1,5% no período reflete a confiança da iniciativa privada, que tem impulsionado novas contratações.
De acordo com o IBGE, o Paraná encerrou 2024 com um recorde de 3,43 milhões de trabalhadores na iniciativa privada, consolidando-se como o quinto estado com maior número de pessoas empregadas, atrás de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.
O Paraná também se destaca na proporção de trabalhadores da iniciativa privada, ocupando o terceiro lugar nacional com 55,9% dos empregados nesse setor – atrás apenas de Santa Catarina (57,8%) e São Paulo (57,3%). A média nacional é de 51,5%.
No que diz respeito a empregos com carteira assinada, o Estado registra 2,73 milhões de trabalhadores formais no setor privado, representando 79,6% do total de ocupados – o quarto maior índice do Brasil, atrás de Santa Catarina (87,9%), São Paulo (81,2%) e Rio Grande do Sul (79,9%).
Expansão do emprego nos últimos cinco anos
O Paraná tem apresentado uma evolução expressiva no mercado de trabalho. Em cinco anos, o número de pessoas ocupadas subiu de 5,54 milhões em 2019 para 6,13 milhões em 2024, um avanço de 10,6%, o que equivale a 588 mil novos postos de trabalho.
O setor privado foi o grande motor desse crescimento. Entre 2019 e 2024, o número de empregados em empresas privadas aumentou de 2,82 milhões para 3,43 milhões, um salto de 21,6%.
A migração para o Estado tem sido uma alternativa para trabalhadores em busca de melhores oportunidades. A auxiliar financeira Hileia Queiroz deixou Manaus (AM) e se mudou para Curitiba em busca de um emprego mais alinhado à sua qualificação.
“Lá estava escasso de emprego. Eu queria uma vaga que se adequasse melhor à minha qualificação. Cheguei aqui em busca de uma colocação com um salário melhor”, afirmou.
Após um período de trabalho temporário, Hileia conseguiu um cargo no departamento financeiro de um mercado.
Outra trajetória semelhante é a de Luan da Cunha, que trocou Paranaguá pelo mercado de trabalho da capital. Em menos de dois meses, ele se recolocou como mecânico de ar-condicionado em uma empresa de assistência técnica.
“Senti que o clima para conseguir emprego tem melhorado. Os salários estão melhores. O fato de eu ter experiência também ajudou na recolocação rápida”, disse.
Paraná registra menor índice de desemprego da história
O levantamento do IBGE também revelou que o Paraná atingiu seu menor patamar histórico de desocupação, com apenas 206 mil pessoas sem emprego. O número superou o recorde anterior, registrado em 2014, quando 215 mil trabalhadores estavam desocupados.
Atualmente, a taxa de desemprego no Estado é de 3,3%, representando uma queda de 0,7% em relação ao terceiro trimestre de 2024. Esse foi o maior recuo trimestral do Brasil, ao lado de Minas Gerais.
Comparando com outros estados, o Paraná possui a quarta menor taxa de desemprego do país, ficando atrás apenas de Mato Grosso (2,5%), Santa Catarina (2,7%) e Rondônia (2,8%). Além disso, o índice paranaense está bem abaixo da média nacional de 6,2%, superando estados como São Paulo (5,9%), Rio Grande do Sul (4,5%) e Rio de Janeiro (8,2%).
Fonte original: AEN Paraná