Deputado protesta contra processo de cassação e acusa perseguição política por sua atuação combativa na Câmara
O deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) completou nesta sexta-feira (11.abr.2025) 72 horas de greve de fome. Ele permanece no Plenário 5 da Câmara dos Deputados, onde montou acampamento desde quarta-feira (9).
A ação radical começou após o Conselho de Ética aprovar o parecer pela cassação de seu mandato. Treze deputados votaram a favor do relatório. Outros cinco foram contra.
Exames e estado de saúde
Segundo sua assessoria, Glauber já perdeu quase dois quilos desde o início da greve. Ele ingeriu apenas meio litro de soro e realizou exames de sangue nesta sexta-feira para monitorar a saúde.
Apesar do quadro preocupante, o deputado afirma estar firme em sua decisão. “Greve de fome é minha resposta à perseguição. Estou bem, mas não vou recuar”, declarou.
Acusação e defesa
Glauber é acusado de quebra de decoro por expulsar um militante do MBL da Câmara, em abril de 2024. O manifestante teria feito ofensas à mãe do deputado, a ex-prefeita Saudade Braga, internada por problemas respiratórios na época.
A defesa do parlamentar alega que o processo de cassação tem motivação política. Segundo ele, a punição ocorre por sua postura crítica ao ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e ao orçamento secreto.

Atos de apoio e mobilização religiosa
Mesmo em greve de fome, Glauber participou de um ato em solidariedade à deputada Célia Xakriabá (Psol-MG), nesta sexta-feira (11). Ela foi atingida por spray de pimenta durante a marcha dos povos indígenas, na quinta-feira (10), em Brasília.
O deputado também recebe hoje uma comitiva da Igreja Católica. Representantes da Comissão Justiça e Paz de Brasília e da CNBB visitarão o plenário em solidariedade.
Na noite anterior, foi realizado um ato ecumênico, com apoio de várias religiões, em apoio à resistência do parlamentar.