O PL, partido de Jair Bolsonaro, comunicou ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que não abrirá mão do comando da Comissão de Relações Exteriores. Segundo o líder da legenda, Sóstenes Cavalcante (RJ), o partido manterá sua posição e insistirá no acordo firmado antes da eleição legislativa.
A justificativa apresentada pelo PL é que o apoio de Jair Bolsonaro a Hugo Motta incluiu a indicação de Eduardo Bolsonaro para a comissão permanente. O deputado pretende utilizar sua posição para intensificar a oposição ao governo petista, especialmente diante do retorno de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos.
No entanto, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que o partido do presidente Lula não aceitará essa indicação e que discutirá o tema diretamente com Motta. Além disso, parlamentares da base governista pedem que o passaporte de Eduardo Bolsonaro seja apreendido, sob a alegação de que ele teria cometido crime contra a soberania nacional ao criticar o Supremo Tribunal Federal (STF) durante uma visita aos Estados Unidos. O pedido foi encaminhado à Suprema Corte e está sendo analisado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que ainda não estabeleceu um prazo para sua manifestação.
Outro impasse envolve a definição das comissões permanentes, prioridade de Hugo Motta para esta semana. A disputa pela presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a mais relevante da Câmara, segue acirrada entre os partidos do centrão. A tendência é que o comando da CCJ fique nas mãos do PP, União Brasil ou MDB.