Lula diz que Brasil não pode viver eternamente de Bolsa Família

Presidente defende educação e critica visão de que salário mínimo é alto Durante visita à fábrica da Nissan em Resende (RJ), nesta terça-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brasil não pode viver de Bolsa Família para sempre. Lula defendeu mais investimentos em educação, especialmente para pessoas de baixa renda. Segundo ele, o acesso ao ensino permite melhores salários e reduz a dependência de programas sociais. “Voltei à Presidência da República para provar que esse país não pode ser eternamente pobre, eternamente vivendo de Bolsa Família”, declarou. Crítica ao valor do salário mínimo O presidente também criticou quem acha o salário mínimo “muito alto”. Ele afirmou que valores como mil ou mil e quinhentos reais estão longe de ser exagerados. “Tem gente que, na hora de pagar o salário mínimo, acha que é demais. Mil reais não é alto. Nem mil e quinhentos”, disse Lula. Atualmente, o salário mínimo está em R$ 1.518, após reajuste de 7,5% neste ano. Para 2026, a proposta do governo é aumentar para R$ 1.630. Crescimento econômico é mérito, não sorte, diz Lula Lula voltou a destacar os avanços da economia sob sua gestão. Ele citou dois anos de crescimento, geração de empregos e queda no desemprego. “O que está acontecendo no Brasil não é sorte. Quisera Deus que esse país só tivesse presidente com sorte”, ironizou. Apesar dos números positivos, o presidente enfrenta críticas por causa da inflação — especialmente no preço dos alimentos. Esse fator tem pesado na avaliação do governo.

China proíbe compra de jatos da Boeing após tarifaço dos EUA

Decisão ocorre após tarifa de Trump; ações da Boeing caem até 4,6% com nova crise comercial A China proibiu a compra de jatos da Boeing por companhias aéreas nacionais. A medida vem após os EUA elevarem tarifas sobre produtos chineses para até 145%. Fontes ouvidas pela Bloomberg revelaram que o governo chinês também suspendeu a compra de peças e equipamentos de empresas dos EUA. A ordem se aplica a todas as companhias aéreas do país. Trump comenta rompimento de acordo A decisão causou forte impacto no mercado. As ações da Boeing caíram até 4,6% no pré-mercado. Às 11h30, recuavam 1,81% na Bolsa de Nova York. Donald Trump reagiu à medida em sua rede Truth Social. “Curiosamente, eles voltaram atrás no importante acordo com a Boeing”, escreveu. Segundo ele, a China rejeitou receber os aviões já contratados. Tarifas tornam operação inviável No último fim de semana, a China anunciou tarifas retaliatórias de 125% sobre produtos americanos. A compra de jatos da Boeing se tornou financeiramente inviável com os novos custos. As tarifas dobram o preço de aeronaves e peças fabricadas nos EUA. Isso levou Pequim a suspender entregas e renegociar contratos. Segundo a Bloomberg, o governo chinês avalia formas de ajudar companhias aéreas que arrendam jatos da Boeing e enfrentam aumento nos custos operacionais. Aeronaves já prontas podem ser exceção Apesar da proibição, parte dos jatos já finalizados poderá entrar na China. Isso depende da data de pagamento e da conclusão da papelada antes das tarifas entrarem em vigor. Dados da Aviation Flights Group indicam que pelo menos dez Boeing 737 Max estavam prestes a entrar em operação em companhias chinesas, como China Southern, Air China e Xiamen Airlines. Alguns jatos estão em Seattle, nos EUA. Outros aguardam entrega em Zhoushan, na China. Cada caso será analisado individualmente. Tensão pressiona futuro da Boeing A Boeing enfrenta dificuldades no mercado chinês desde 2019, quando o país suspendeu os voos com o 737 Max após dois acidentes fatais. De lá para cá, as tensões comerciais se intensificaram. A compra de jatos da Boeing já vinha em queda. Desde 2018, a empresa não registra grandes pedidos da China. Enquanto isso, a europeia Airbus amplia sua participação, e o modelo chinês Comac C919 avança internamente. Mesmo assim, centenas de jatos da Boeing ainda operam na China. Eles precisam de manutenção, peças e atualizações — o que mantém os laços técnicos entre as partes. Escalada pode atingir cadeia global A disputa ameaça as cadeias de suprimento globais. A Boeing alerta que novas tensões podem afetar a recuperação do setor aeronáutico, que só agora supera os impactos da pandemia. O mercado chinês representa 20% da demanda global por aviões nos próximos 20 anos. Em 2018, quase 25% da produção da Boeing ia para a China. Sem resolver o impasse, a fabricante americana pode perder ainda mais espaço em um de seus mercados mais estratégicos.

Gleisi nega retaliação a deputados da base que apoiaram urgência da anistia

Ministra diz que governo vai insistir no diálogo para barrar projeto que beneficia bolsonaristas A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, negou qualquer plano de retaliação a deputados da base que apoiaram o projeto da anistia. A declaração foi feita nesta terça-feira (15/4), em entrevista à coluna. Segundo Gleisi, o governo seguirá apostando no diálogo. O objetivo é convencer os parlamentares da “gravidade política, jurídica e institucional” da proposta. Gleisi critica apoio de aliados à proposta Para a ministra, o projeto da anistia representa uma tentativa de proteger Jair Bolsonaro e outros envolvidos nos atos golpistas. “É um absurdo apoiar esse projeto sendo da base do governo”, afirmou. Ela também classificou a proposta como uma ameaça ao Judiciário e à democracia. “Urgência se justifica em projetos que ajudam o povo, não para um golpe continuado”, completou. Atuação para barrar a anistia Gleisi vem atuando para impedir o avanço do texto na Câmara. Ela tem dialogado com deputados aliados, alertando sobre os riscos de aprovar o projeto da anistia. Mesmo assim, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, conseguiu protocolar o pedido de urgência na segunda-feira (14/4). O requerimento recebeu 264 assinaturas — mais do que as 257 necessárias. Entre os signatários, 146 são de partidos com ministérios no governo Lula. O dado reforçou críticas dentro do Planalto. Alguns integrantes defenderam que o governo reavalie cargos ocupados por esses partidos. Tensão com o STF Na semana passada, Gleisi causou desconforto entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista no dia 10 de abril, ela disse considerar “plenamente defensável” discutir a redução de penas para civis condenados pelo 8 de Janeiro. A fala repercutiu mal. Pelo menos três ministros do STF acionaram auxiliares de Lula. Eles classificaram a declaração de Gleisi como “absurda” e demonstraram preocupação com a postura da ministra.

Importações da China batem recorde no Brasil

Alta nas compras reflete avanço chinês para driblar tarifas dos EUA As importações da China para o Brasil atingiram um novo recorde no primeiro trimestre de 2025. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o total chegou a US$ 19,05 bilhões. Isso representa um salto de 34,9% em relação ao mesmo período de 2024, quando o valor foi de US$ 14,12 bilhões. Esse é o maior volume já registrado para o primeiro trimestre desde o início da série histórica do Mdic, em 1989. Até então, o maior número era de 2022, com US$ 14,7 bilhões. China acelera exportações O avanço nas importações da China se explica, em parte, pela tentativa do país asiático de se antecipar ao aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos. Em março, as exportações chinesas para o mundo cresceram 12,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No Brasil, os produtos chineses representaram 28,3% de tudo o que foi importado no período. Entre os itens mais comprados, destacam-se plataformas e embarcações, que somaram US$ 2,66 bilhões. Em segundo lugar, vieram válvulas e tubos, com US$ 1,01 bilhão. Em 2024, o total importado da China foi de US$ 63,63 bilhões — alta de 19,7% na comparação com 2023. Tarifas elevam incerteza global O cenário internacional segue incerto. A nova política tarifária do presidente Donald Trump já está provocando efeitos. Na semana passada, a Casa Branca anunciou tarifas de até 145% sobre produtos chineses. Outros países foram poupados por 90 dias, com um teto de 10% em tarifas recíprocas. Como resposta, a China impôs tarifas de 125% aos Estados Unidos. Isso acirra ainda mais a disputa entre as duas maiores economias do mundo. Especialistas agora analisam os possíveis desdobramentos. A principal dúvida é o que acontecerá com o excesso de produtos chineses, caso o país tenha mais dificuldade de vender para os EUA. A preocupação é que a China passe a inundar mercados alternativos, como o Brasil. Risco de excesso de oferta A China exporta cerca de US$ 450 bilhões por ano apenas para os americanos. Se perder esse espaço, buscará outros destinos. Porém, a demanda interna chinesa ainda é limitada. Com alta taxa de poupança, os consumidores do país compram menos do que em outras economias. Para contornar esse desafio, Pequim anunciou em março um plano para elevar a renda e estimular o consumo. A meta oficial é crescer cerca de 5% em 2025. No entanto, se esse plano falhar e o comércio seguir travado, o Brasil pode se tornar um dos principais alvos do excesso de produtos. Parcerias bilaterais em expansão Apesar da tensão global, Brasil e China seguem aprofundando relações. Em novembro passado, os presidentes dos dois países firmaram 37 acordos bilaterais. As áreas abrangidas incluem agricultura, indústria, infraestrutura e investimentos. Ainda neste semestre, o presidente Lula deverá visitar a China. A viagem marca mais um passo na aproximação entre os dois países.

Câmara do Rio discute armas de fogo para a Guarda Municipal

Proposta prevê atuação armada da Guarda e uso de equipamentos não letais A Câmara Municipal do Rio de Janeiro retoma nesta terça-feira (15) a discussão sobre o projeto que autoriza uma Guarda Municipal armada. A proposta prevê o uso de armas de fogo e a realização de ações de segurança pública pelos agentes. O projeto, identificado como Pelom 23-A/2018, busca alterar a Lei Orgânica do Município. Se aprovado, seguirá para promulgação pelo presidente da Câmara, vereador Carlo Caiado (PSD). Acordo entre bancadas O substitutivo, apresentado pelo vereador Dr. Gilberto (SD), já foi aprovado em primeira discussão. Segundo o texto, os guardas receberão treinamento específico para o uso das armas. Eles também poderão utilizar equipamentos não letais em situações de confronto. “Este segundo substitutivo foi extremamente discutido não só nesta Casa, mas também junto ao Executivo. Felizmente, diferentes correntes ideológicas chegaram a um consenso em torno desta medida tão importante para a segurança da nossa população”, afirmou Dr. Gilberto. Função da Guarda armada Com a nova medida, a Guarda Municipal armada poderá atuar no patrulhamento ostensivo, preventivo e comunitário. A ideia é que os guardas intervenham em pequenos delitos, deixando os crimes mais graves sob responsabilidade da Polícia Militar. Além disso, o projeto prevê apoio do sistema de videomonitoramento Civitas para as ações dos agentes. Aprovação e autoria Na primeira votação, realizada em 1º de abril, 43 vereadores foram favoráveis à Guarda Municipal armada. Apenas sete votaram contra. Para ser aprovado em definitivo, o projeto precisa de 26 votos. Além de Dr. Gilberto, também assinam o projeto os vereadores Carlo Caiado, Willian Coelho, Rafael Aloisio Freitas, Flávio Valle, Felipe Boró, Marcelo Diniz, Zico, Leniel Borel, Jair Da Mendes Gomes, Deangeles Percy, Tânia Bastos, Talita Galhardo, Inaldo Silva, Welington Dias, Junior da Lucinha, Rodrigo Vizeu, Márcio Ribeiro, Átlia Nunes, Jorge Felippe, Dr. Rogério Amorim, Carlos Bolsonaro, Fernando Armelau, Diego Faro, Poubel e Rafael Satiê. A proposta conta ainda com o apoio das Comissões de Justiça e Redação, Segurança Pública, Administração, Direitos Humanos e Finanças.

Urgência do PL da Anistia tem apoio da base de Lula

Requerimento foi protocolado por Sóstenes Cavalcante com assinaturas de partidos que integram o governo O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), protocolou nesta segunda-feira (14) o requerimento de urgência para votar o Projeto de Lei da Anistia. A proposta recebeu a assinatura de 264 parlamentares. Desse total, 146 deputados são de partidos que ocupam ministérios no governo federal, como União Brasil, Progressistas, Republicanos, MDB e PSD. Ou seja, mais da metade dos apoios veio da própria base aliada. Maioria dos partidos da base aderiu ao requerimento Dos partidos com ministérios, apenas o MDB teve menos da metade da bancada entre os signatários. O partido conta com 44 deputados, dos quais 20 assinaram – cerca de 45%. Nos demais partidos, o apoio ultrapassou os 50%: PSD: 23 de 44 deputados (52%) Progressistas (PP): 36 de 48 (75%) União Brasil: 40 de 59 (67,7%) Republicanos: 28 de 45 (62%) O líder do PP, Doutor Luizinho (RJ), que participou da negociação que garantiu o comando do Ministério dos Esportes ao partido em 2023, também assinou o requerimento. Próximo passo depende de Hugo Motta Com o número de assinaturas alcançado, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), agora decide se coloca ou não o pedido de urgência para votação em plenário. Se aprovado, o projeto poderá ser analisado sem passar pelas comissões. PT sugere alternativa, mas recua Na última semana, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), mencionaram que a revisão das penas poderia ser uma alternativa ao PL da Anistia. A fala, no entanto, gerou desconforto no Supremo Tribunal Federal (STF). Após a repercussão, Gleisi esclareceu que qualquer revisão de pena é atribuição exclusiva do Judiciário.

Trump ameaça Irã com ataque militar se houver avanço nuclear

Presidente dos EUA diz que Teerã precisa abandonar plano de arma nuclear ou enfrentará retaliação O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (14) que o Irã está adiando intencionalmente um acordo nuclear com os EUA. Segundo ele, se Teerã seguir com planos para desenvolver uma arma nuclear, poderá enfrentar um ataque militar direto. “Eles estão nos testando”, diz Trump Após uma rodada de conversas em Omã, Trump declarou a repórteres que o Irã parece estar provocando os EUA. “Acho que eles estão nos incentivando”, afirmou. A fala ocorreu após o enviado especial americano, Steve Witkoff, se reunir com uma autoridade iraniana no último sábado (12). Conversas continuam, mas com tensão crescente Apesar das ameaças, Washington e Teerã classificaram a reunião como positiva. Uma nova rodada está prevista para o próximo sábado (19), possivelmente em Roma. Fontes ouvidas pela Reuters disseram que o objetivo é explorar uma estrutura geral para um possível acordo nuclear. Trump reforça ameaça de ação militar Ao ser questionado sobre uma possível resposta militar, Trump foi direto: “Claro que sim”. Ele reforçou que o Irã está muito próximo de conseguir uma arma nuclear e que precisa abandonar de vez essa possibilidade. “Eles não podem ter uma arma nuclear”, declarou. Para Trump, qualquer demora pode gerar uma resposta dura e imediata dos Estados Unidos. Histórico de impasses Durante o governo de Joe Biden, os dois países mantiveram conversas indiretas, mas sem avanços significativos. A última negociação direta ocorreu sob o mandato de Barack Obama, em 2015, quando foi firmado o acordo nuclear internacional. Trump abandonou o pacto anos depois, ampliando o clima de tensão com Teerã.

Ratinho Jr e Pimentel tem mais de 80% de aprovação em Curitiba

Prefeito Eduardo Pimentel também supera 80% de aprovação A população de Curitiba aprova de forma expressiva os trabalhos do governador Ratinho Junior e do prefeito Eduardo Pimentel. Segundo pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, divulgada nesta segunda-feira (14), ambos superam 80% de aprovação na capital. Prefeito lidera com maior aprovação Eduardo Pimentel alcança a maior aprovação do levantamento. De acordo com os dados, 81% dos curitibanos aprovam sua gestão. Apenas 14,7% desaprovam, enquanto 4,3% não souberam responder. Ratinho Junior também mantém apoio elevado No âmbito estadual, o desempenho de Ratinho Junior também é bem avaliado. Segundo a pesquisa estimulada, 80,2% aprovam sua administração, e 14,7% desaprovam. Lula enfrenta rejeição em Curitiba No cenário federal, a situação é inversa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva registra 67,4% de desaprovação entre os moradores da cidade. Apenas 29,3% aprovam sua gestão. Detalhes da pesquisa O levantamento ouviu 810 moradores de Curitiba, entre os dias 6 e 9 de abril de 2025, por meio de entrevistas pessoais. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.

Inflação reduz compra de alimentos para 58% dos brasileiros

Alta de preços afeta consumo e é atribuída ao governo por mais da metade da população A inflação segue impactando o dia a dia dos brasileiros. Segundo pesquisa do Datafolha, divulgada no domingo (13), 58% da população passou a comprar menos alimentos do que costumava antes. O número é ainda maior entre os mais pobres: 67% afirmaram reduzir o consumo.   Brasileiros mudam hábitos para enfrentar alta dos preços De acordo com o levantamento, 8 em cada 10 brasileiros adotaram novos hábitos de consumo para lidar com o aumento dos preços. As principais mudanças são: 61% deixaram de comer fora com frequência; 50% trocaram o café por marcas mais baratas; 50% reduziram o uso de luz, água e gás; 49% diminuíram o consumo de bebidas; 36% passaram a comprar menos medicamentos. Falta de comida atinge parte das famílias A pesquisa também aponta que 25% dos entrevistados dizem ter menos comida do que o suficiente em casa. Já 60% consideram ter a quantidade necessária, enquanto 13% afirmam ter mais do que precisam. O Datafolha destaca que, em relação à última pesquisa com a mesma pergunta, realizada em março de 2023, não houve variações significativas, considerando a margem de erro. Governo Lula é responsabilizado pela alta dos alimentos Para 54% dos entrevistados, o governo Lula tem muita responsabilidade pelo aumento dos preços dos alimentos. Outros 29% consideram que o Planalto tem um pouco de culpa, enquanto apenas 14% acreditam que o governo não tem nenhuma responsabilidade. Metodologia da pesquisa O Datafolha ouviu 3.054 pessoas, com 16 anos ou mais, entre os dias 1º e 3 de abril, em 172 municípios brasileiros. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Hugo Motta leva proposta de Anistia para o Planalto

Sugestão busca aliviar pressão e evitar avanço de extremismos O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sugeriu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a construção de um acordo institucional para a redução das penas aplicadas a manifestantes dos atos de 2023. A proposta se restringe a quem participou das manifestações, sem envolvimento direto no planejamento dos ataques ao Estado Democrático de Direito. Lula escuta, mas evita posicionamento Segundo interlocutores do governo, Lula ouviu a proposta com atenção, porém não deu respostas claras. Ainda assim, o Palácio do Planalto entrou nas articulações políticas por meio da ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, e do advogado-geral da União, Jorge Messias. A ideia, nos bastidores, é de que a medida possa demonstrar que o extremismo não oferece soluções reais. Assim, o governo sinalizaria um gesto de equilíbrio institucional, reforçando que busca “o bem do país” ao suavizar as punições. Governo tenta conter avanço da anistia A proposta surge em um momento de crescente pressão no Congresso pela votação do projeto de anistia. Nesta quinta-feira (10), o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou ter reunido as 257 assinaturas necessárias para colocar o pedido de urgência em votação no plenário. A expectativa é que a articulação liderada por Hugo Motta possa aplacar essa pressão, apresentando uma alternativa à anistia ampla defendida por setores da oposição. Papéis definidos no governo No governo, a interlocução política sobre o tema ficou dividida. Gleisi Hoffmann atua junto ao Congresso, enquanto Jorge Messias conduz tratativas com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), onde há maior resistência à ideia de conciliação nos julgamentos. Gleisi muda tom e depois recua Gleisi chegou a adotar um tom mais flexível sobre o tema, após reuniões no Palácio da Alvorada. No entanto, voltou atrás nesta sexta-feira (11). Questionada por jornalistas, afirmou que é “plenamente defensável” discutir penas mais brandas para os participantes dos atos. Logo após a repercussão, a ministra usou as redes sociais para esclarecer que a decisão final sobre a revisão das penas cabe exclusivamente ao STF.