Paraná tem a maior equidade salarial no serviço público

O Paraná se destaca como o estado brasileiro com a menor diferença salarial entre homens e mulheres no serviço público estadual, conforme o Ranking de Competitividade dos Estados, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). O estado lidera o indicador de Equidade de Gênero na Remuneração Pública Estadual, que faz parte do eixo de Eficiência da Máquina Pública. Entre 2023 e 2024, o Paraná avançou 22 posições nesse critério, superando outros estados como Roraima, Acre, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, que completam o top 5 do ranking. Em comparação com outros grandes centros administrativos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, o Paraná também se mantém à frente em termos de equidade salarial. Enquanto em alguns estados a diferença pode chegar a 50%, como no Rio Grande do Norte, o Paraná se destaca pelo equilíbrio na remuneração. Perfil dos servidores e remuneração média O Paraná conta atualmente com 122.329 servidores públicos ativos, dos quais 69.925 são mulheres, representando 57% do total. A média salarial feminina no estado é de R$ 8.704,51, considerando servidoras de carreira, cargos comissionados, contratadas em regime especial e empregadas públicas. Para a secretária da Administração e da Previdência, Marta Cristina Guizelini, os números refletem o compromisso do estado com a valorização profissional e a equidade de gênero no setor público. “O Paraná tem trabalhado para oferecer condições equânimes entre homens e mulheres no serviço público. A presença majoritária de mulheres no funcionalismo é acompanhada de uma visão de paridade salarial, valorizando a competência e o mérito profissional”, afirmou a secretária. Paraná avança no ranking geral de desigualdade de renda Além do desempenho na equidade salarial no setor público, o Paraná também registrou avanços no ranking geral de desigualdade de renda, que considera toda a população, e não apenas servidores públicos. O estado agora ocupa a 4ª colocação nacional, subindo três posições em relação ao levantamento anterior. O índice utilizado para essa avaliação é o Índice de Gini, que mede a distribuição do rendimento médio mensal real das pessoas ocupadas com 14 anos ou mais. O Ranking de Competitividade dos Estados analisa 99 indicadores em 10 eixos estratégicos, como infraestrutura, inovação, capital humano, segurança pública, educação e eficiência da máquina pública. No último levantamento, o Paraná foi classificado como o terceiro estado mais competitivo do Brasil. Rendimento médio das mulheres também cresce Outro estudo, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que o rendimento médio real das mulheres paranaenses aumentou nos últimos anos. No 4º trimestre de 2024, a média salarial feminina foi de R$ 3.141, próxima ao maior valor já registrado na série histórica, no 1º trimestre de 2024, que foi de R$ 3.253. Dos 10 trimestres com os melhores rendimentos médios para mulheres, sete ocorreram nos últimos seis anos, demonstrando uma evolução contínua. Alguns dos principais períodos foram: 📌 1º trimestre de 2019 – R$ 3.115📌 1º trimestre de 2020 – R$ 3.086📌 1º trimestre de 2023 – R$ 3.036📌 2º trimestre de 2024 – R$ 2.926📌 3º trimestre de 2024 – R$ 3.023 Com esse cenário positivo, o Paraná reforça sua posição como referência em equidade de gênero e valorização profissional no setor público e privado.
UEL disponibiliza 487 vagas remanescentes para 2025 em 35 cursos

UEL oferece 487 vagas remanescentes para ingresso em 2025 A Universidade Estadual de Londrina (UEL) abriu um novo processo seletivo para preenchimento de 487 vagas remanescentes em 35 cursos de graduação, abrangendo diferentes turnos e áreas do conhecimento. A seleção é organizada pela Coordenadoria de Processos Seletivos (COPS) e pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd). Os interessados podem se inscrever até o dia 13 de março, exclusivamente pelo formulário disponível no Portal da COPS. As aulas terão início em 24 de março. Critérios de seleção O preenchimento das vagas será feito por meio de um processo de seleção unificada, que leva em conta o desempenho dos candidatos em três diferentes processos seletivos: Vestibular UEL 2025 Prova Paraná Mais (edição 2024) Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – edições dos últimos cinco anos No momento da inscrição, o candidato deve indicar qual das três formas de ingresso deseja utilizar. Caso tenha participado de mais de um desses processos, a escolha de uma opção anula automaticamente o desempenho nas demais. Cursos com Prova de Habilidades Específicas A seleção não contempla cursos que exigem Prova de Habilidades Específicas (PHE). Dessa forma, não haverá vagas disponíveis para: Arquitetura e Urbanismo Artes Visuais Design Gráfico Design de Moda Música Quem pode participar As vagas remanescentes são destinadas a candidatos que já concluíram o Ensino Médio e que obtiveram pontuação superior a zero na opção de seleção escolhida. Datas importantes De acordo com o Edital Prograd/COPS nº 013/2025, o cronograma prevê as seguintes etapas: 📌 18 de março (às 17h) – Divulgação da lista de inscrições deferidas📌 25 de março – Publicação da lista de aprovados Ambos os resultados estarão disponíveis no Portal da COPS.
Paraná bate recorde com 6,1 milhões de pessoas ocupadas

O mercado de trabalho do Paraná segue em expansão, e a trajetória de Felipe Stoski, 27 anos, é um exemplo dessa tendência. Em menos de dez dias, ele saiu da Agência do Trabalhador de Curitiba direto para um novo emprego como assistente administrativo no setor financeiro de uma agência de comunicação, mesmo sem experiência na área. “Foi tudo muito rápido. Um pouco mais de uma semana. Agora é aprender tudo que puder na prática, o mais rápido possível”, disse Felipe. A experiência dele reflete os números divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), que apontam que o Paraná alcançou o maior número de trabalhadores ocupados de sua história. O Estado chegou à marca de 6,13 milhões de pessoas empregadas, o maior índice registrado desde o início do levantamento, em 2012. Crescimento impulsionado por novos investimentos O recorde foi alcançado após um aumento de 91 mil trabalhadores ocupados em relação ao terceiro trimestre de 2024, quando o Estado contava com 6,04 milhões de empregados. O crescimento de 1,5% no período reflete a confiança da iniciativa privada, que tem impulsionado novas contratações. De acordo com o IBGE, o Paraná encerrou 2024 com um recorde de 3,43 milhões de trabalhadores na iniciativa privada, consolidando-se como o quinto estado com maior número de pessoas empregadas, atrás de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. O Paraná também se destaca na proporção de trabalhadores da iniciativa privada, ocupando o terceiro lugar nacional com 55,9% dos empregados nesse setor – atrás apenas de Santa Catarina (57,8%) e São Paulo (57,3%). A média nacional é de 51,5%. No que diz respeito a empregos com carteira assinada, o Estado registra 2,73 milhões de trabalhadores formais no setor privado, representando 79,6% do total de ocupados – o quarto maior índice do Brasil, atrás de Santa Catarina (87,9%), São Paulo (81,2%) e Rio Grande do Sul (79,9%). Expansão do emprego nos últimos cinco anos O Paraná tem apresentado uma evolução expressiva no mercado de trabalho. Em cinco anos, o número de pessoas ocupadas subiu de 5,54 milhões em 2019 para 6,13 milhões em 2024, um avanço de 10,6%, o que equivale a 588 mil novos postos de trabalho. O setor privado foi o grande motor desse crescimento. Entre 2019 e 2024, o número de empregados em empresas privadas aumentou de 2,82 milhões para 3,43 milhões, um salto de 21,6%. A migração para o Estado tem sido uma alternativa para trabalhadores em busca de melhores oportunidades. A auxiliar financeira Hileia Queiroz deixou Manaus (AM) e se mudou para Curitiba em busca de um emprego mais alinhado à sua qualificação. “Lá estava escasso de emprego. Eu queria uma vaga que se adequasse melhor à minha qualificação. Cheguei aqui em busca de uma colocação com um salário melhor”, afirmou. Após um período de trabalho temporário, Hileia conseguiu um cargo no departamento financeiro de um mercado. Outra trajetória semelhante é a de Luan da Cunha, que trocou Paranaguá pelo mercado de trabalho da capital. Em menos de dois meses, ele se recolocou como mecânico de ar-condicionado em uma empresa de assistência técnica. “Senti que o clima para conseguir emprego tem melhorado. Os salários estão melhores. O fato de eu ter experiência também ajudou na recolocação rápida”, disse. Paraná registra menor índice de desemprego da história O levantamento do IBGE também revelou que o Paraná atingiu seu menor patamar histórico de desocupação, com apenas 206 mil pessoas sem emprego. O número superou o recorde anterior, registrado em 2014, quando 215 mil trabalhadores estavam desocupados. Atualmente, a taxa de desemprego no Estado é de 3,3%, representando uma queda de 0,7% em relação ao terceiro trimestre de 2024. Esse foi o maior recuo trimestral do Brasil, ao lado de Minas Gerais. Comparando com outros estados, o Paraná possui a quarta menor taxa de desemprego do país, ficando atrás apenas de Mato Grosso (2,5%), Santa Catarina (2,7%) e Rondônia (2,8%). Além disso, o índice paranaense está bem abaixo da média nacional de 6,2%, superando estados como São Paulo (5,9%), Rio Grande do Sul (4,5%) e Rio de Janeiro (8,2%). Fonte original: AEN Paraná
Prefeitura de Castro amplia combate a dengue em escolas e postos de Saúde

Castro intensifica combate à dengue com nova estratégia de borrifação em locais públicos A Secretaria de Saúde de Castro implementou mais uma medida para conter a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Nos próximos dias, escolas e unidades de saúde do município passarão por um processo de borrifação com um inseticida recém-distribuído pelo Ministério da Saúde. A ação faz parte da chamada Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI), técnica que tem apresentado bons resultados na redução de casos de dengue em áreas onde foi aplicada. De acordo com Vanessa Bueno, agente de endemias e supervisora da iniciativa, o inseticida é pulverizado tanto nas superfícies internas quanto externas dos prédios públicos. “O produto permanece ativo por até quatro meses, garantindo proteção contra o mosquito transmissor”, explica. Seguindo as diretrizes da 3ª Regional de Saúde, a estratégia está sendo utilizada prioritariamente em locais de grande circulação, uma vez que esses ambientes podem favorecer a propagação do vírus para diferentes regiões da cidade. Em Castro, a aplicação do inseticida acontece após as 17h, período em que os espaços estão vazios, já que é necessário evitar a presença de pessoas durante e até uma hora após o procedimento. Medidas complementares Além da adoção da borrifação residual, o município vem intensificando outras ações no enfrentamento à dengue. Agentes de saúde e de endemias passaram por treinamentos específicos para identificar criadouros do mosquito e reforçar o trabalho de inspeção em residências e estabelecimentos comerciais. Para ampliar a fiscalização, a Vigilância Sanitária também disponibilizou um canal de denúncias via WhatsApp pelo número (42) 2122-5203. Apesar dos esforços, Castro já contabiliza, em 2025, nove casos confirmados de dengue e outros 105 registros suspeitos que seguem em análise. A Secretaria de Saúde reforça a importância da participação da população no combate à doença, eliminando possíveis criadouros do Aedes aegypti em suas residências.
Europa em nova corrida armamentista para enfrentar a Rússia sem ajuda de Trump

A Europa está passando por uma reconfiguração militar significativa diante da crise na aliança da OTAN, impulsionada pela mudança de postura dos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, a segurança europeia esteve intrinsecamente ligada ao apoio militar dos EUA. Contudo, declarações recentes de Trump e do vice-presidente J. D. Vance enfatizaram a necessidade de os europeus financiarem sua própria defesa, especialmente em relação à guerra na Ucrânia. O anúncio da pausa no compartilhamento de inteligência entre os EUA e a Ucrânia e a reunião entre Trump e Volodymyr Zelensky na Casa Branca reforçaram a urgência para os líderes europeus aumentarem seus investimentos em defesa. Durante um encontro de cúpula na semana passada, os países da União Europeia (exceto o Reino Unido) manifestaram apoio à criação de um fundo de 150 bilhões de euros para rearmamento, com oposição apenas do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, aliado de Trump e Putin. Alemanha: Rompendo barreiras fiscais para defesa Friedrich Merz, provável próximo chanceler alemão, destacou a necessidade de uma Europa independente na área de defesa e anunciou um fundo especial de 500 bilhões de euros para infraestrutura militar. A proposta inclui isentar gastos militares acima de 1% do PIB das restrições fiscais rígidas da Alemanha. O país, que forneceu a maior ajuda à Ucrânia entre os europeus, precisa de um acréscimo anual de 30 bilhões de euros para atingir a meta da OTAN de 2% do PIB em defesa, podendo ser necessário um aumento para 3%. França: Liderança nuclear europeia O presidente Emmanuel Macron anunciou um aumento nos gastos militares franceses, alertando que a Rússia transformou a guerra na Ucrânia em um conflito global. Macron sugeriu compartilhar a dissuasão nuclear francesa com outros países europeus e aumentar o orçamento de defesa para 3-3,5% do PIB. Atualmente, a França cumpre a meta da OTAN de 2%, mas precisaria de mais 30 bilhões de euros anuais para atingir o novo patamar. Reino Unido: Prioridade para defesa O primeiro-ministro Keir Starmer anunciou um aumento nos gastos com defesa para 2,6% do PIB até 2027, financiado por cortes no orçamento de ajuda humanitária. A medida, bem recebida pelo governo Trump, significa um acréscimo de 13,4 bilhões de libras anuais no setor militar. O Reino Unido e a França estão liderando esforços para criar uma coalizão de países que possam impedir avanços russos na Ucrânia. Desafios e financiamento Estudos indicam que a Europa precisaria investir cerca de 250 bilhões de euros por ano para equiparar sua força militar à da Rússia. O relatório do Instituto Kiel sugere que esse aumento seja financiado por meio de endividamento público, evitando cortes orçamentários severos. A União Europeia já aprovou um pacote de 150 bilhões de euros para segurança, demonstrando o comprometimento com a defesa do continente. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, declarou que a Europa vive um período decisivo e precisa intensificar maciçamente seus gastos militares para garantir sua segurança em um mundo cada vez mais instável.
Ex-presidente das Filipinas é preso por crimes contra a humanidade

A polícia das Filipinas prendeu nesta terça-feira (11) o ex-presidente Rodrigo Duterte após o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitir um mandado de prisão contra ele por crimes contra a humanidade, relacionados à sua violenta campanha antidrogas. Aos 79 anos, Duterte foi detido assim que desembarcou no aeroporto de Manila, vindo de Hong Kong. Apesar das acusações, ele manteve sua postura desafiadora e não demonstrou arrependimento por sua repressão ao tráfico de drogas, que resultou na morte de milhares de pessoas durante seu mandato presidencial (2016-2022) e enquanto era prefeito de Davao. Ao ser preso, Duterte questionou os fundamentos da decisão, perguntando: “Que crime eu cometi?” O TPI explicou que mantém jurisdição sobre crimes cometidos nas Filipinas antes da saída do país do tribunal internacional. Ativistas e defensores dos direitos humanos celebraram a prisão, considerando-a um “marco histórico” para as vítimas e suas famílias. A Coalizão Internacional pelos Direitos Humanos nas Filipinas (ICHRP) declarou que esse é o início da responsabilização pelos assassinatos em massa que marcaram seu governo. “O arco do universo moral é longo, mas hoje ele se inclinou para a justiça”, afirmou Peter Murphy, presidente da organização. Duterte estava em Hong Kong para promover sua candidatura nas eleições de meio de mandato de 12 de maio, nas quais pretendia disputar a prefeitura de Davao. Imagens exibidas pela televisão local mostraram o ex-presidente saindo do aeroporto com o auxílio de uma bengala. As autoridades asseguraram que ele está em boas condições de saúde e está sendo acompanhado por médicos do governo. Antes de deixar Hong Kong, Duterte discursou para uma plateia de expatriados filipinos, dizendo: “Qual é o meu pecado? Fiz tudo pelo bem da paz e para garantir uma vida tranquila ao povo filipino.” Um vídeo publicado por sua filha, Veronica Duterte, mostrou o ex-presidente sob custódia na Base Aérea de Villamor, em Manila. No registro, ele é visto questionando sua prisão: “Qual é a lei, e qual crime eu cometi? Não estou aqui por escolha própria, mas pela vontade de terceiros. Alguém precisa responder por essa privação da minha liberdade.” A “Guerra às Drogas” Duterte governou a cidade de Davao, no sul das Filipinas, por 22 anos, transformando-a em uma das metrópoles mais seguras do país em termos de crimes de rua. Ele utilizou essa reputação para se apresentar como um político de linha dura e antiestablishment, conquistando a presidência em 2016 com uma vitória esmagadora. Com um discurso agressivo, ele incentivou as forças de segurança a eliminarem suspeitos de envolvimento com drogas. Durante sua administração, mais de 6 mil pessoas foram mortas em operações policiais e execuções por indivíduos não identificados, embora grupos de direitos humanos apontem que esse número pode ser muito maior. Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) revelou que a maioria das vítimas eram jovens pobres de áreas urbanas. A polícia frequentemente realizava batidas sem mandados e forçava os suspeitos a assinarem confissões, sob risco de serem executados. Críticos argumentam que a campanha focou nos pequenos traficantes das favelas, sem atingir os grandes chefes do narcotráfico. Muitas famílias alegam que seus entes queridos foram mortos injustamente, apenas por estarem no lugar errado na hora errada. Investigações parlamentares indicaram a existência de um “esquadrão da morte” que operava como grupo de extermínio contra suspeitos de tráfico de drogas. Duterte sempre negou essas acusações. Durante uma audiência no parlamento, ele reafirmou sua postura: “Não questionem minhas políticas. Eu não peço desculpas. Fiz o que precisava ser feito. Se vocês acreditam ou não, fiz isso pelo meu país.” O TPI começou a acompanhar as denúncias em 2016 e iniciou uma investigação formal em 2021, abrangendo casos desde novembro de 2011 – período em que Duterte ainda era prefeito de Davao – até março de 2019, antes de a retirada oficial das Filipinas do tribunal internacional. O “Donald Trump do Leste” Duterte manteve uma popularidade significativa nas Filipinas, especialmente entre os habitantes de Mindanao, sua região de origem, que historicamente se sente marginalizada pelo governo central em Manila. Ele ganhou notoriedade por sua retórica populista e declarações controversas, sendo comparado ao ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Durante seu mandato, alinhou-se com a Rússia e a China, distanciando-se dos Estados Unidos, tradicional aliado das Filipinas. Sua filha, Sara Duterte, atual vice-presidente do país, é vista como uma possível candidata à presidência nas eleições de 2028. Nos últimos meses, a relação entre a família Duterte e o atual presidente Ferdinand Marcos Jr. se deteriorou publicamente. Apesar de inicialmente se recusar a cooperar com o TPI, Marcos mudou sua postura conforme seu afastamento dos Duterte se acentuou, chegando a indicar que as Filipinas poderiam colaborar com o tribunal. Ainda não há confirmação se Marcos permitirá a extradição de Duterte para julgamento em Haia, na Holanda, onde fica a sede do TPI.
Tarifas dos EUA contra o aço brasileiro sobem nesta semana

A partir de quarta-feira (12), os Estados Unidos vão começar a aplicar uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, afetando o Brasil e outros países parceiros. O anúncio foi feito após alguns ajustes de Donald Trump nas tarifas para o México e o Canadá, com o secretário de Comércio, Howard Lutnick, confirmando a data em entrevista à NBC News. Apesar dos esforços do governo brasileiro para minimizar a tensão sobre as novas taxas de protecionismo norte-americano, a medida deverá impactar fortemente as empresas brasileiras desses setores. Além disso, permanece a incerteza quanto à possibilidade de mais tarifas, uma vez que o governo Trump já indicou que planeja implementar taxas retaliatórias, mencionando especificamente o etanol em um comunicado. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, revelou ter participado de uma videoconferência com Lutnick e comentou que o Brasil está tentando alcançar um acordo mútuo vantajoso com os EUA, embora não tenha sido anunciado adiamento das tarifas. A estratégia do governo de Trump, marcada pela política “America First”, tem como base a insatisfação do setor produtivo americano com a concorrência internacional, além da tentativa de aumentar as barreiras tarifárias a fim de reduzir a influência da China no comércio global e enfraquecer os BRICS, principalmente devido à proposta de criação de uma moeda alternativa ao dólar. No que diz respeito ao Brasil, a questão das tarifas brasileiras é complexa. O país cobra uma média de 12,4% sobre as importações, enquanto os países desenvolvidos da OCDE cobram em média 4%. Já os EUA têm uma tarifa de 2,5%. No entanto, graças a regimes especiais de importação, a tarifa real aplicada no Brasil é bem inferior, ficando em torno de 2,7%. Por outro lado, o Brasil isenta 48% das exportações americanas de tarifas, e mais 15% recebem tarifas inferiores a 2%. A grande diferença ocorre no setor do etanol, onde os EUA cobram uma tarifa de apenas 2,5%, enquanto o Brasil aplica 18%. Em termos comerciais, os EUA ainda são uma das maiores economias para o Brasil, especialmente no setor de produtos industrializados de alto valor agregado, como aeronaves, medicamentos e máquinas. Em 2023, os produtos brasileiros com maior valor agregado representaram US$ 29,9 bilhões em exportações para os Estados Unidos. Entre 2014 e 2023, o Brasil acumulou um superávit comercial com os EUA de US$ 263,1 bilhões. Quanto ao comércio de aço e alumínio, os EUA apresentam um superávit comercial com o Brasil nos últimos anos. Especificamente, no setor do aço, os Estados Unidos exportaram 3,4 milhões de toneladas de placas de aço para o Brasil, enquanto no alumínio, os EUA compraram 16,8% das exportações brasileiras do metal, o que representou US$ 267 milhões em 2024. Com a implementação das tarifas, a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) alertou para possíveis impactos negativos, como o aumento da competição desleal com produtos de outros países, como a China, e uma possível saturação do mercado interno. Para o Instituto Aço Brasil, o aumento das importações de países que praticam concorrência predatória também pode ser uma preocupação. Por fim, para os EUA, a tarifa pode ter efeitos mistos. Embora os produtores de aço e alumínio possam se beneficiar com a proteção adicional, o aumento dos preços de insumos para indústrias como a automotiva e construção pode resultar em custos mais altos para os consumidores e outras indústrias. O Deutsche Bank estima que essas tarifas podem elevar a inflação nos Estados Unidos em até 0,4 ponto percentual.
Produção industrial estabiliza em janeiro segundo IBGE

A produção industrial brasileira permaneceu estável em janeiro em relação a dezembro, conforme divulgado nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio abaixo da mediana das projeções do mercado, que estimava um crescimento de 0,4%. As previsões dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast variavam entre uma queda de 0,3% e uma alta de 1,1%. Na comparação com janeiro de 2024, a produção industrial registrou um crescimento de 1,4%. Para esse período, as estimativas variavam entre um avanço de 0,5% e 2,8%, com mediana positiva de 2,0%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o setor apresentou um crescimento de 2,9%, segundo o IBGE.
PL quer Eduardo Bolsonaro na Comissão de Relações Exteriores

O PL, partido de Jair Bolsonaro, comunicou ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que não abrirá mão do comando da Comissão de Relações Exteriores. Segundo o líder da legenda, Sóstenes Cavalcante (RJ), o partido manterá sua posição e insistirá no acordo firmado antes da eleição legislativa. A justificativa apresentada pelo PL é que o apoio de Jair Bolsonaro a Hugo Motta incluiu a indicação de Eduardo Bolsonaro para a comissão permanente. O deputado pretende utilizar sua posição para intensificar a oposição ao governo petista, especialmente diante do retorno de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos. No entanto, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que o partido do presidente Lula não aceitará essa indicação e que discutirá o tema diretamente com Motta. Além disso, parlamentares da base governista pedem que o passaporte de Eduardo Bolsonaro seja apreendido, sob a alegação de que ele teria cometido crime contra a soberania nacional ao criticar o Supremo Tribunal Federal (STF) durante uma visita aos Estados Unidos. O pedido foi encaminhado à Suprema Corte e está sendo analisado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que ainda não estabeleceu um prazo para sua manifestação. Outro impasse envolve a definição das comissões permanentes, prioridade de Hugo Motta para esta semana. A disputa pela presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a mais relevante da Câmara, segue acirrada entre os partidos do centrão. A tendência é que o comando da CCJ fique nas mãos do PP, União Brasil ou MDB.
O grande desafio de Gleisi: Aprovar o Orçamento de 2025

Recém-empossada como ministra das Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann já assumiu a articulação para a aprovação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025 no Congresso Nacional. A ministra terá um curto prazo para sua primeira grande missão no cargo: a votação da peça na Comissão Mista de Orçamento (CMO) está prevista para o dia 18, apenas sete dias após sua posse. Caso aprovado, o texto seguirá para apreciação no plenário da Câmara dos Deputados no dia 19. O acordo relacionado ao orçamento foi validado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada e estabelece que o pagamento de emendas parlamentares deverá ser feito com transparência. Além disso, o governo já havia anunciado no ano passado a ampliação do programa de auxílio para compra de botijões de gás, que deverá beneficiar mais de 20 milhões de famílias até o fim de 2025. O impacto financeiro previsto para essa medida é de aproximadamente R$ 13 bilhões. No início de sua articulação política, Gleisi Hoffmann se reuniu nesta terça-feira (11) com líderes da Câmara dos Deputados. Esse primeiro encontro contou apenas com parlamentares alinhados ao governo, incluindo Mário Heringer (PDT-MG), Pedro Campos (PSB-PE), Márcio Jerry (PCdoB-MA), Luciano Amaral (PV-AL), Talíria Petrone (PSOL-RJ) e Lindbergh Farias (PT-RJ).