Cassação avança e Glauber braga inicia greve de fome

Deputado do PSOL é acusado de agressão

A cassação de Glauber Braga deu um passo importante nesta quarta-feira (9). O Conselho de Ética da Câmara aprovou, por 13 votos a 5, o relatório que recomenda a perda do mandato do deputado do PSOL do Rio de Janeiro.

O caso segue agora para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se o recurso de Glauber for rejeitado, o processo será levado ao plenário. Para que a cassação seja confirmada, são necessários 257 votos favoráveis.

Acusação de agressão no Congresso

A acusação se refere a um episódio ocorrido em 2024. Glauber teria empurrado, chutado e retirado um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) do Congresso, durante um tumulto.

Para o relator, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), houve abuso das prerrogativas parlamentares. Segundo ele, Glauber extrapolou os limites aceitáveis do cargo.

Glauber protesta com greve de fome

Durante a sessão, Glauber Braga reagiu com um protesto radical. Ele anunciou que entraria em greve de fome até o encerramento de todo o processo na Câmara. O deputado afirmou que permanecerá acampado na sala do conselho.

“Estou em jejum e fico aqui até o fim dessa história. Vou até o limite”, declarou Glauber.

Glauber Braga

 

Sessão tensa e críticas à condução

A votação foi marcada por tensão. Deputados da esquerda acusaram o presidente do conselho, Leur Lomanto Júnior (União-BA), de encurtar o debate. Segundo eles, a votação começou antes que todos os inscritos pudessem se manifestar.

Ao longo da sessão, parlamentares do PSOL e movimentos sociais gritaram “Glauber fica”. Eles também esperavam que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), interrompesse a reunião, abrindo a Ordem do Dia no plenário.

Guilherme Boulos com adesivo ”Fica Glauber”

Isso não aconteceu. Motta só abriu a pauta às 19h, mais tarde que o habitual. A decisão foi vista como uma manobra para permitir a cassação de Glauber Braga ainda nesta quarta.

“É lamentável. A sessão do plenário foi adiada para garantir essa votação. Foi tudo acordado com o presidente da Casa”, disse a líder do PSOL, Talíria Petrone (RJ).