Presidente diz que avanço chinês incomoda o Ocidente e cobra diálogo global
Durante entrevista à revista americana The New Yorker, publicada nesta quinta-feira (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um forte apelo contra uma nova Guerra Fria entre China e Estados Unidos. Lula elogiou o avanço econômico e tecnológico dos chineses e criticou a hostilidade de países ocidentais diante da ascensão do país asiático.

“Graças a Deus temos a China, que se destaca no campo tecnológico e pode competir no setor de inteligência artificial. Isso nos dá uma alternativa real nesse debate global”, afirmou.
Críticas ao Ocidente
Lula disse que o desconforto das potências ocidentais com a China está ligado à perda de espaço no mercado global. Ele citou os anos 1980, quando líderes como Ronald Reagan e Margaret Thatcher incentivaram a globalização e o livre comércio.[
Segundo o presidente, foi nesse contexto que a China se transformou em potência industrial. “Eles copiaram tudo com habilidade, aprenderam rápido e passaram a produzir com qualidade igual ou superior. Agora que se tornaram competitivos, viraram alvo de desconfiança”, criticou.
Atenção ao diálogo, não ao conflito
O presidente afirmou que não aceita essa postura. “Não concordamos com essa ideia de transformar a China em inimiga. Não aceitamos uma segunda Guerra Fria. Quanto mais próximos tecnologicamente os países estiverem, mais precisam dialogar. Não sei se o planeta aguentaria uma Terceira Guerra Mundial.”
Viagem à Rússia
A declaração foi dada enquanto Lula está em Moscou, onde participa de encontro com o presidente russo, Vladimir Putin. O petista também acompanhará o desfile militar que marca os 80 anos da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
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