Revista vê julgamento de Bolsonaro fora do plenário como ameaça à confiança na Corte
A revista The Economist afirmou que o Supremo Tribunal Federal pode piorar sua imagem pública. O motivo: o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) por suposta tentativa de golpe está fora do plenário.

Julgamento fora do plenário preocupa
Segundo a revista, levar o caso para a Primeira Turma da Corte pode aprofundar a crise no STF. O colegiado tem apenas cinco dos 11 ministros. Além de Bolsonaro, mais sete aliados são réus. Outros 26 acusados ainda aguardam análise da denúncia.
Corte evita responder críticas
O STF foi procurado pela reportagem da The Economist, mas não se manifestou. A publicação britânica argumenta que o tribunal enfrenta críticas por intervir demais na política.
Moraes é chamado de “juiz estrela”
Alexandre de Moraes aparece como símbolo do que a revista chama de “poder excessivo”. Ele teria dito que o STF não precisa de um código de ética, diferentemente da Suprema Corte dos EUA. A fala ocorreu no Fórum Jurídico de Lisboa, em 2024.
Fórum de Lisboa sob suspeita
O evento, apelidado de “Gilmarpalooza”, foi criticado por reunir empresários com interesses no Supremo. Segundo o Estadão, pelo menos 12 empresas com processos no STF participaram do encontro.
Toffoli também é alvo da matéria
Dias Toffoli foi citado por decisões individuais polêmicas. A revista destacou a anulação de provas da Lava Jato, em 2023, que comprometeu a operação. Ele também foi criticado por abrir uma investigação contra a ONG Transparência Internacional.
Barroso e fala sobre bolsonarismo
Luís Roberto Barroso, atual presidente do STF, foi lembrado por uma fala na UNE. Em 2023, ele disse que o tribunal derrotou o bolsonarismo, junto da censura e da tortura. A revista entendeu a declaração como sinal de alinhamento político.
Julgamento pode afetar credibilidade
Para a The Economist, julgar Bolsonaro na Primeira Turma pode intensificar a crise no STF. Isso porque dois dos cinco ministros do colegiado têm laços com Lula: Cristiano Zanin e Flávio Dino. Ambos foram indicados pelo presidente.

Corte ampliou seu poder nos últimos anos
A revista apontou que o STF preencheu o vácuo deixado pelo Executivo e pelo Congresso. Desde o julgamento do Mensalão, a Corte ampliou sua atuação. Hoje, partidos e sindicatos podem acionar diretamente o Supremo.
STF legisla por omissão do Congresso
Segundo a publicação, o STF legisla porque o Congresso falha. Como exemplo, citou o “PL das Fake News”, parado há meses. Enquanto isso, parlamentares priorizam a anistia dos envolvidos no 8 de janeiro. Para a revista, isso é “surreal”.