Requião Filho vai se filiar ao PDT após racha com o PT

Mudança de legenda havia sido autorizada previamente pelo TRE-PR

O deputado estadual Requião Filho confirmou que vai se filiar ao PDT na última quinta-feira (8), durante reunião com a executiva estadual do partido no Paraná. A mudança de sigla foi autorizada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR), que reconheceu justa causa para sua saída do Partido dos Trabalhadores, garantindo que ele mantenha o mandato conquistado em 2022.

O deputado estadual Requião Filho passa a ser um quadro do PDT do Paraná (Foto; Reprodução/ Redes Sociais)

A entrada no PDT marca um novo capítulo na trajetória política de Requião Filho, que rompeu com o PT após uma série de críticas à condução do governo Lula e à atuação da sigla no Paraná. Segundo o deputado, o partido traiu compromissos assumidos com a população paranaense, especialmente ao não se opor de forma contundente à privatização da Copel e às novas concessões de pedágio no estado.

Briga com o PT e oposição ao governo

O desgaste com o PT vinha se aprofundando desde o início do atual mandato. Em diversas ocasiões, o deputado expressou insatisfação com a falta de articulação da sigla para enfrentar o projeto de reestruturação do setor energético no Paraná — capitaneado pelo governador Ratinho Junior (PSD) e criticado por setores da esquerda. Para Requião Filho, a postura menos combativa do PT diante da privatização da Copel representou uma “incoerência imperdoável”.

A autorização do TRE para a desfiliação foi um ponto central na movimentação do deputado. A Justiça Eleitoral reconheceu que havia motivo justo para o rompimento, com base em divergência ideológica entre o parlamentar e a direção partidária — o que abriu caminho para sua filiação sem o risco de perda do mandato.

Requião Filho tem planos para 2026

No PDT, Requião Filho já é visto como nome forte para disputar o governo do Estado em 2026. A sigla, que tem se reposicionado nacionalmente após a queda do ex-ministro Carlos Lupi no escândalo dos desvios no INSS, ganha no deputado uma figura com forte identidade paranaense, discurso consolidado e herança política de peso.

”Quem está aqui é porque sente indignação de saber que o sistema foi corrompido dos dois lados, mas também tem esperança por saber que a política ainda tem jeito. Precisamos de projetos para reformar o Estado. E esses projetos só serão construídos a muitas mãos, com pessoas de diversos grupos, de diversos partidos e que têm em comum um objetivo: devolver a política para o local de onde ela nunca deveria ter saído, das mãos e do interesse popular”, disse o parlamentar no evento em que participou.

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Filho do ex-governador Roberto Requião (sem partido), o parlamentar foi eleito pela primeira vez em 2014 e se reelegeu em 2018 e 2022. Advogado por formação e com trajetória de oposição ao modelo liberal adotado pelo atual governo estadual, ele promete ser uma alternativa “consistente” ao grupo político que atualmente comanda o Palácio Iguaçu.

Trajetória e legado

Maurício Thadeu de Mello e Silva, o Requião Filho, carrega no nome e no discurso o legado do pai, Roberto Requião, que governou o Paraná por três mandatos e também foi senador. No entanto, Requião Filho tem procurado consolidar uma identidade própria, com estilo combativo e forte presença nas redes sociais.

Com a nova filiação, o deputado também busca ampliar alianças políticas e consolidar uma base que permita uma candidatura competitiva em 2026. No campo da esquerda, o rompimento com o PT pode gerar reações, mas também abre espaço para alianças alternativas, principalmente se o PDT conseguir atrair nomes descontentes com a atual configuração política.

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