Estado teve o terceiro melhor desempenho do país e reforça monitoramento com tecnologia e autuações
O desmatamento ilegal no Paraná caiu 64,9% em 2024, segundo o novo Relatório Anual do Desmatamento (RAD), divulgado pelo MapBiomas nesta quinta-feira (15). A área devastada da Mata Atlântica passou de 1.230 hectares em 2023 para 432 hectares neste ano. Em quatro anos, a redução acumulada chegou a 95%.

O Paraná teve o terceiro melhor desempenho proporcional do Brasil, ficando atrás apenas do Distrito Federal (-95,1%) e de Goiás (-71,9%). O resultado supera o dobro da média nacional, que registrou uma queda de 32,4% no mesmo período.
Estados com alta no desmate
Enquanto o Paraná reduzia o desmatamento, outros estados seguiram na direção oposta. O Rio de Janeiro teve um aumento de 94,2%, seguido pelo Rio Grande do Sul (70,6%), fortemente afetado por desastres climáticos, e o Acre (31,3%).
Apesar do bom desempenho, o secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca, reforçou que o trabalho continua. “Precisamos avançar até zerar o desmatamento ilegal no Paraná. A Mata Atlântica precisa ser preservada, expandida e valorizada”, afirmou.
Liderança em fiscalização
Entre 2019 e 2024, o estado se destacou também pela atuação firme na fiscalização ambiental. O Instituto Água e Terra (IAT) atendeu 82,2% das ocorrências reportadas e emitiu autos de infração em 77% dos casos.
Everton Souza, diretor-presidente do IAT, atribui os resultados à mobilização intensa do governo. “Reduzir o desmatamento ilegal no Paraná é uma obsessão. A atuação em campo, os alertas por satélite e as autuações têm dado resultado.”
O número de infrações ambientais ligadas à flora nativa saltou 65% entre 2021 e 2024, passando de 3.183 para 5.252. O valor das multas cresceu 70%, atingindo R$ 134 milhões no ano passado. Toda arrecadação é destinada ao Fundo Estadual do Meio Ambiente.
Tecnologia como aliada
O combate ao desmatamento no Paraná ganhou força com o uso de tecnologia. Imagens de satélite das plataformas MapBiomas, Planet, Sentinel-2, Google Earth Pro e da ESRI permitem identificar supressões a partir de 0,2 hectare, mesmo em áreas remotas.
O Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação (NGI), criado em 2019, analisa os danos ambientais e envia relatórios para as equipes de fiscalização. A engenheira florestal Aline Canetti explicou que as diferenças entre os números do MapBiomas (432 ha) e da Fundação SOS Mata Atlântica (226 ha) estão na metodologia. “O MapBiomas detecta áreas menores e, por isso, registra mais ocorrências.”
Novos sistemas em implantação
Com o programa i9 Ambiental, o estado está modernizando todo o processo de fiscalização. Um dos destaques é o sistema Fica, que será concluído em 2025. Ele integrará autuações, licenciamento ambiental e monitoramento em tempo real, com apoio de geotecnologias.
Um dos recursos já em fase de implantação é o aplicativo Auto de Infração Ambiental Eletrônico (AIA-e), que permite registrar infrações ambientais diretamente no local, com uso de georreferenciamento.
Ajude a combater crimes ambientais
A população também pode ajudar a proteger a fauna e flora. Denúncias podem ser feitas pelo Disque 181, da Polícia Militar Ambiental, ou diretamente na Ouvidoria do IAT. Informações detalhadas e precisas aumentam a eficácia das investigações.
Biomas e tendências no Brasil
O estudo do MapBiomas mostrou que, em 2024, o desmatamento caiu em quase todos os biomas. Houve redução de 58,6% no Pantanal, 42,1% no Pampa, 41,2% no Cerrado, 16,8% na Amazônia e 13,4% na Caatinga. Já na Mata Atlântica, houve leve aumento de 2%, caracterizado como estabilidade.
O levantamento também revelou que mais de 93% da vegetação derrubada no Brasil em 2023 apresentou indícios de ilegalidade. Além disso, 97% da destruição estão ligados à expansão agropecuária.
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