Palocci espera anulação da Lava Jato e sonha com reconciliação com Lula

Ex-ministro aguarda decisão do STF que pode desbloquear R$ 31 milhões e reaproximá-lo de Lula

O ex-ministro Antonio Palocci está ansioso pela anulação da Lava Jato. O julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) pode beneficiar o ex-petista ainda neste semestre. Segundo fontes próximas, ele tem dois motivos principais para torcer pela decisão favorável.

Imagem: Reprodução internet

R$ 31 milhões e possível mudança para a Itália
O primeiro motivo é financeiro. Se os processos forem anulados, Palocci poderá recuperar R$ 31 milhões bloqueados desde 2016. O valor está retido em contas pessoais e da empresa que ele administra. Com acesso ao dinheiro, cogita até se mudar para a Itália.

Reconciliação com Lula
O segundo motivo é pessoal. Palocci vê a possível anulação da Lava Jato como uma chance de retomar laços com o presidente Lula. Na delação premiada, ele acusou o petista de corrupção. Agora, quer reconstruir a relação e voltar aos círculos políticos e profissionais que perdeu após o rompimento.

Desde que deixou a vida pública, Palocci atua como consultor. No entanto, sua relação rompida com Lula o afastou de antigos aliados. Um exemplo claro foi sua ausência no aniversário de Marta Suplicy, em março. Mesmo sendo amigo da ex-prefeita, ele não foi ao evento. Aliados explicaram: Lula não compareceria se Palocci estivesse presente.

“Tortura psicológica” e mudança de versão
Palocci quer uma conversa com Lula. Segundo interlocutores, ele pretende dizer que inventou acusações na delação porque foi “torturado psicologicamente” enquanto estava preso. A colaboração teria sido fruto da pressão sofrida sob custódia de Sergio Moro.

Em 2017, porém, Palocci afirmava o oposto. Na época, pediu desfiliação do PT e garantiu ter contado apenas a verdade. Alegou que os fatos relatados a Moro foram vividos por ele — e que Lula poderia confirmar tudo.

Julgamento decisivo até julho
A decisão do STF sobre a anulação da Lava Jato deve sair até julho. O julgamento ocorre na Segunda Turma e está empatado: dois votos contra (Edson Fachin e André Mendonça) e dois a favor (Dias Toffoli e Gilmar Mendes). O voto decisivo será de Kassio Nunes Marques, que pediu vista do processo.

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