Mercado: 88% considera Governo Lula negativo e Haddad tem pico de rejeição

A nova pesquisa da Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (19), mostra que a percepção do mercado financeiro sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua predominantemente negativa. No entanto, a avaliação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, apresentou um destaque positivo. O levantamento entrevistou gestores, economistas e analistas de 106 fundos de investimento sediados em São Paulo e no Rio de Janeiro, entre os dias 12 e 17 de março.

Avaliação do governo Lula segue negativa

A pesquisa revelou que 88% dos entrevistados avaliam negativamente a gestão de Lula, um leve recuo em relação aos 90% registrados em dezembro de 2024. Outros 8% consideram o governo regular, enquanto apenas 4% veem a administração petista de forma positiva.

Entre os principais fatores que influenciam a percepção negativa, a alta nos preços dos alimentos lidera, sendo apontada como “muito importante” por 64% dos participantes. Além disso, erros na condução da política econômica (56%) e o aumento dos impostos (41%) também pesam na avaliação. A violência urbana e a insegurança foram mencionadas por 36% dos entrevistados.

 

 

Haddad sofre queda expressiva na aprovação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, viu sua avaliação despencar desde o último levantamento. Em dezembro, 41% dos agentes financeiros aprovavam seu desempenho, número que caiu para apenas 10% em março. Enquanto isso, a desaprovação saltou de 24% para 58%, e 32% o consideram regular.

Além disso, 85% dos entrevistados acreditam que Haddad perdeu influência dentro do governo. Em dezembro, esse índice era de 61%, o que reforça a percepção de enfraquecimento do ministro dentro da equipe econômica.

Gabriel Galípolo recebe avaliação positiva

Diferente de Haddad, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, recebeu uma avaliação favorável do mercado financeiro. Quase metade dos entrevistados (45%) considera sua gestão positiva, enquanto 41% a classificam como regular. Apenas 8% têm uma visão negativa sobre seu trabalho, e 6% afirmaram não ter opinião formada.

Apesar da aprovação, a maioria dos entrevistados acredita que ainda é cedo para avaliar sua atuação de maneira definitiva. Entre os que já têm uma opinião mais consolidada, 38% enxergam suas decisões como técnicas, enquanto apenas 5% as consideram políticas.

Preocupação com a economia e expectativa de alta na Selic

O pessimismo com a economia brasileira também ficou evidente na pesquisa. Para 83% dos entrevistados, o cenário econômico vai piorar nos próximos 12 meses. Apenas 13% acreditam que ficará estável, e 4% veem possibilidade de melhora.

Além disso, 58% dos agentes financeiros consideram que o Brasil corre o risco de entrar em recessão. No que diz respeito à inflação, 82% esperam que ela suba até o fim de 2025, enquanto 16% acreditam que permanecerá no mesmo nível do ano anterior.

Sobre a taxa Selic, a maioria dos entrevistados acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidirá por um aumento de 1 ponto percentual na próxima reunião. Outras projeções indicam altas menores, variando entre 0,25 e 0,75 ponto.

Lula candidato em 2026?

O levantamento também questionou os agentes financeiros sobre a possibilidade de Lula concorrer à reeleição em 2026. Atualmente, 60% acreditam que ele será candidato, uma queda em relação aos 70% que pensavam o mesmo em dezembro. Outros 29% descartam a possibilidade, enquanto 11% preferiram não opinar.

Conclusão

A pesquisa reforça a visão negativa do mercado financeiro em relação ao governo Lula, especialmente diante da inflação e da política econômica. A desaprovação de Fernando Haddad cresceu significativamente, enquanto Gabriel Galípolo surge como um nome mais bem aceito. O pessimismo com a economia também persiste, com expectativas de recessão e aumento da taxa de juros. No cenário político, a possibilidade de Lula disputar a reeleição ainda divide opiniões entre os agentes financeiros.