Governo Lula aumenta para R$ 3,5 bilhões gastos de publicidade para fortalecer comunicação

Governo Lula destina R$ 3,5 bilhões para publicidade institucional em 2024

O governo federal prevê um gasto de R$ 3,5 bilhões neste ano para divulgar políticas sociais, educacionais e de saúde, além de promover estatais como Correios, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. O levantamento, realizado pela Folha de S. Paulo e divulgado nesta segunda-feira (10), abrange contratos em andamento e licitações em curso envolvendo 21 órgãos públicos.

A principal estratégia de comunicação se concentra em iniciativas destacadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seus discursos, como os programas Pé-de-Meia e Mais Especialistas.

Em resposta à reportagem, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) afirmou que as campanhas de mídia têm caráter institucional e visam ampliar o conhecimento da população sobre políticas públicas e programas do governo, além de divulgar direitos e serviços federais.

Reestruturação na comunicação e crise de popularidade

O aumento dos investimentos em publicidade ocorre em um momento de queda na aprovação do presidente, atribuída, em grande parte, ao pessimismo econômico e à alta nos preços dos alimentos desde o final de 2023. Em meio a esse cenário, Lula realizou mudanças na Secom em janeiro, substituindo Paulo Pimenta pelo publicitário Sidônio Palmeira, com o objetivo de reformular a estratégia de comunicação do governo.

Principais contratos e destinação dos recursos

Dos 21 órgãos federais envolvidos, quatro licitações em andamento somam aproximadamente R$ 700 milhões. O maior contrato é dos Correios, que investirá R$ 380 milhões para reposicionar sua marca e fortalecer sua atuação no mercado de encomendas e logística.

O Banco do Brasil lidera os investimentos em publicidade, com previsão de R$ 750 milhões, seguido pela Secom (R$ 562,5 milhões) e pela Caixa Econômica Federal (R$ 468,1 milhões). Na outra ponta, a Infraero tem o menor orçamento do grupo, com R$ 7 milhões anuais.

As estatais e ministérios justificam os investimentos como forma de garantir transparência e ampliar a comunicação com a sociedade. O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, por exemplo, estima um gasto de até R$ 120 milhões, embora projete um desembolso efetivo de R$ 90,3 milhões em 2024. Já o Ministério da Educação, que teve aumento de 40% no orçamento em relação a 2022, planeja expandir sua verba publicitária de R$ 27,4 milhões para R$ 140 milhões, justificando o acréscimo como parte da expansão de novas políticas educacionais.

A Caixa Econômica Federal, em nota, afirmou que os investimentos em publicidade são proporcionais ao porte da instituição e fundamentais para manter sua competitividade no setor. “Os investimentos do banco nessa área seguem rigorosamente os limites legais e orçamentários e são compatíveis com a complexidade de seus negócios”, declarou a estatal.