O Congresso Nacional aprovou o Orçamento de 2025, que destina R$ 50,4 bilhões para emendas parlamentares. Desse total, R$ 7,3 bilhões serão repassados por meio das chamadas “emendas Pix”, um mecanismo que permite a transferência direta de recursos da União para estados e municípios. Como essas verbas não exigem convênios nem aprovação técnica, deputados e senadores conseguem enviar dinheiro com mais facilidade para suas bases eleitorais.
Governo projeta superávit e amplia investimentos sociais
Além das emendas, o Orçamento de 2025 prevê um superávit de R$ 15 bilhões, o que reforça o compromisso do governo com a meta de déficit zero. Ao mesmo tempo, o texto aprovado amplia os investimentos em programas sociais. Veja os principais valores:
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R$ 159 bilhões para o Bolsa Família;
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R$ 4,2 bilhões para o Farmácia Popular;
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R$ 4,2 bilhões para o Bolsa Capes;
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R$ 3,6 bilhões para o Auxílio Gás;
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R$ 1 bilhão para o Pé-de-Meia.
Com esse orçamento, o governo pretende manter o equilíbrio fiscal sem comprometer os repasses para áreas essenciais.
Crescimento das “emendas Pix” levanta alertas
Nos últimos anos, o uso das “emendas Pix” cresceu rapidamente. Em 2024, o volume dessas transferências bateu um recorde de R$ 8,2 bilhões. Para 2025, o valor aprovado ficou um pouco abaixo, mas ainda supera os R$ 7,09 bilhões registrados em 2023.
Esse crescimento tem gerado preocupações. Muitos especialistas alertam para o risco de uso eleitoral dessas verbas, já que a falta de burocracia facilita a destinação dos recursos sem fiscalização rigorosa.
STF reforça controle sobre as emendas
Diante dessas preocupações, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu aumentar a fiscalização. Em 2023, o ministro Flávio Dino determinou novas regras para garantir mais transparência e rastreabilidade no uso dos recursos públicos.
Em fevereiro de 2024, Dino homologou um plano de trabalho obrigatório para que estados e municípios possam receber as emendas. Com essa decisão, o STF liberou a execução do Orçamento, mas manteve a suspensão de repasses com irregularidades ou impedimentos técnicos. Além disso, verbas sob auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) continuam bloqueadas.
O que muda com essas novas regras?
Agora, os parlamentares precisarão justificar melhor a destinação das emendas, o que reduz o risco de uso indevido. No entanto, as transferências especiais ainda garantem um canal rápido para o envio de recursos, mantendo sua popularidade entre deputados e senadores.
Com o Orçamento aprovado e sob novas regras, o governo tenta equilibrar o repasse de verbas com o controle fiscal. Ainda assim, o impacto dessas mudanças só será sentido ao longo do ano, conforme os recursos forem executados.
Metadescrição: Congresso aprova Orçamento de 2025 com R$ 50,4 bilhões para emendas. STF impõe novas regras para garantir mais transparência e fiscalização.