Câmara de Maringá arquiva pedido de cassação de Cris Lauer, mas caso vai parar na Justiça

Vereadora é acusada de usar a estrutura do gabinete para questões pessoais

A vereadora Cris Lauer (Novo), de Maringá, voltou ao centro das atenções políticas após ser alvo de um pedido de cassação de mandato por quebra de decoro parlamentar. A denúncia foi protocolada no dia 6 de maio pelo advogado Kim Rafael Antunes, que fundamentou o pedido em uma condenação por improbidade administrativa já imposta à parlamentar pela Justiça do Paraná.

Vereadora Cris Lauer de Maringá está envolvida em polêmica (Foto: Divulgação)

Segundo o Ministério Público do Paraná (MPPR), Lauer teria usado a estrutura do seu gabinete para fins pessoais: um ex-chefe de gabinete da vereadora atuou na defesa de processos particulares, o que, para o MP, configuraria enriquecimento ilícito. A sentença, proferida pela 1ª Vara da Fazenda Pública de Maringá, determinou o ressarcimento dos valores e aplicou outras sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa.

Com base nisso, Kim Antunes solicitou à Câmara Municipal a abertura de um processo por infração político-administrativa, previsto no artigo 7º, da lei que trata da perda de mandato por condutas incompatíveis com a função pública.

Câmara arquiva denúncia

O caso, porém, teve desfecho político mais ameno — pelo menos por enquanto. Após analisar a denúncia, a Procuradoria Jurídica da Câmara emitiu um parecer recomendando o arquivamento do pedido de cassação. O argumento central foi de que não havia elementos suficientes para configurar quebra de decoro parlamentar nos moldes do Código de Ética da Casa.

A Mesa Diretora seguiu o parecer e arquivou o processo na quarta-feira (14). A decisão revoltou o denunciante, que acusou a Câmara de limitar a análise ao regimento interno, ignorando que a infração apontada era de natureza político-administrativa e respaldada por legislação federal.

Caso vai parar na Justiça

Um dia após o arquivamento, Kim Rafael Antunes entrou com um mandado de segurança na 1ª Vara da Fazenda Pública de Maringá pedindo a reversão da decisão da Câmara. Segundo ele, o parecer jurídico que embasou o arquivamento foi “limitado e equivocado”, pois ignorou a condenação já imposta pela Justiça e desconsiderou a gravidade dos fatos narrados na denúncia.

No mandado, o advogado pede que a Justiça obrigue a Câmara a prestar esclarecimentos sobre o arquivamento e que conceda uma liminar suspendendo os efeitos da decisão, o que poderia reabrir o processo de cassação contra a vereadora.

Até o momento, a Justiça ainda não analisou o pedido de liminar, e nem a Câmara Municipal nem o gabinete de Cris Lauer se pronunciaram oficialmente sobre o recurso judicial.

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