Bolsonaro tem piora clínica e segue na UTI em Brasília

Ex-presidente está com quadro instável e sem previsão de alta após cirurgia no intestino

Bolsonaro segue na UTI do Hospital DF Star, em Brasília, após passar por uma cirurgia para tratar uma obstrução intestinal no último domingo (13/4). Segundo o boletim médico divulgado nesta quinta-feira (24/4), o ex-presidente apresentou piora clínica nas últimas horas, com aumento da pressão arterial e piora nos exames hepáticos.

Além disso, ele continua sem previsão de alta e permanece em jejum absoluto, alimentado apenas por via intravenosa com nutrição parenteral exclusiva. A equipe médica também anunciou que Bolsonaro será submetido a novos exames de imagem ainda hoje, para avaliação do quadro geral.

Imagem: Reprodução Internet

O hospital informou que ele segue em tratamento intensivo, com fisioterapia motora diária e medidas preventivas contra trombose venosa. A recomendação é manter a proibição de visitas. Ainda não há estimativa de quando ele poderá deixar a UTI.

Equipe médica detalha estado de saúde

O boletim foi assinado por seis médicos, entre eles o cirurgião Cláudio Birolini e os cardiologistas Leandro Echenique e Brasil Caiado. Também assinaram o diretor médico Guilherme Meyer e o diretor-geral da unidade, Allisson Barcelos Borges. Todos acompanharam de perto o procedimento cirúrgico, que durou aproximadamente 12 horas.

A cirurgia teve como foco a retirada de bridas intestinais — aderências formadas geralmente após operações abdominais — e a reconstrução de parte da parede abdominal. Essa complicação é considerada comum em pacientes que passaram por múltiplas cirurgias, como é o caso de Bolsonaro.

Intimação judicial dentro da UTI

A piora do estado de saúde ocorreu um dia depois de uma visita inusitada na UTI. Na quarta-feira (23/4), o ex-presidente recebeu uma oficial de Justiça do Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe entregou uma intimação determinada pelo ministro Alexandre de Moraes.

A ordem judicial está relacionada à ação penal que investiga uma tentativa de golpe de Estado envolvendo os atos de 8 de janeiro. Bolsonaro agora é réu no processo, apontado como um dos líderes da suposta organização golpista.

A defesa do ex-presidente criticou o ato, alegando que a citação durante a internação desrespeita o Código de Processo Penal, que impede notificações a pacientes em estado grave. Ainda assim, a equipe jurídica informou que responderá dentro do prazo legal.

Paulo Cunha bueno, imagem: Folha de S. Paulo

Histórico de complicações intestinais

Bolsonaro segue na UTI devido a complicações ligadas a um problema recorrente. A obstrução intestinal é caracterizada pela interrupção do fluxo de alimentos no trato digestivo. Os principais sintomas são dor abdominal, inchaço, prisão de ventre, náuseas e vômitos.

No caso de Bolsonaro, a obstrução está diretamente relacionada às cirurgias realizadas após o atentado de 2018. Desde então, o ex-presidente passou por vários procedimentos médicos para corrigir danos no sistema digestivo.

Apesar de momentos de estabilidade, seu quadro é considerado delicado. A formação de bridas e inflamações exige acompanhamento constante, o que justifica a permanência na UTI por tempo indeterminado.

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