Índices caem até 13% com agravamento da guerra comercial
Os mercados globais em queda continuam refletindo o pânico dos investidores nesta segunda-feira (7). A nova rodada da guerra comercial entre China e EUA, iniciada na sexta (4), provocou fortes perdas nas bolsas da Ásia, Europa e nos índices futuros de Wall Street.
No Brasil, o dólar abriu em alta, cotado a R$ 5,88. Às 9h28, a moeda avançava 0,83%, para R$ 5,8930.
Wall Street: índices rumo ao “bear market”
Nos Estados Unidos, os principais índices futuros recuavam fortemente:
-
S&P 500: queda de 1,97%
-
Nasdaq 100: queda de 2,15%
-
Dow Jones: queda de 2,02%
O S&P 500 já perdeu mais de 20% desde seu pico. Se fechar nesse patamar, entra oficialmente em um bear market. Só nas últimas duas sessões, o índice caiu 10,5%, apagando quase US$ 5 trilhões em valor de mercado — a pior sequência desde março de 2020.
Donald Trump afirmou que os investidores “devem suportar as consequências” de sua política comercial. E reforçou que não negociará com a China até que o déficit comercial americano seja resolvido.
Europa: queda mais forte desde a pandemia
O índice STOXX 600, que reúne as principais ações da Europa, desabou 4,2%, aos 475,15 pontos. É a maior queda em um único dia desde o início da pandemia de Covid-19. Com isso, o índice acumula queda de 17% desde seu topo em março.
A União Europeia estuda retaliações. Um pacote de tarifas sobre US$ 28 bilhões em importações dos EUA pode ser anunciado nos próximos dias.
As tensões também afetam setores como aço, alumínio e automóveis, que já enfrentam tarifas de 25%. Para os demais produtos, o bloco estuda taxas de até 20%.
Ásia: Hong Kong sofre maior queda desde 1997
Na Ásia, os mercados globais em queda atingiram níveis históricos. Em Hong Kong, o índice Hang Seng despencou 13,22%, maior queda diária desde 1997.
Na China continental, o CSI300 recuou 7,05%, mesmo após o governo sinalizar intervenção para estabilizar o mercado.
Investidores abandonaram ações de tecnologia, bancos e varejo online. A ausência de recuo dos EUA mantém o foco sobre possíveis medidas de apoio econômico por parte da China.

Petróleo: novas perdas pressionam commodities
Os preços do petróleo também seguiram a tendência global. Às 7h55:
-
Brent: queda de US$ 1,74 (ou 2,65%) – cotado a US$ 63,84
-
WTI: queda de US$ 1,64 (ou 2,65%) – cotado a US$ 60,35
Na sexta (4), o petróleo já havia recuado 7%. Na semana anterior, o Brent acumulou perda de 10,9% e o WTI caiu 10,6%. O temor é de que a escalada comercial reduza a demanda global.
Criptomoedas: Bitcoin cai mais de 7%
O Bitcoin (BTC) caía 7%, cotado a US$ 76.712, deixando para trás o patamar de US$ 80 mil alcançado após a eleição de Trump.
Outras criptomoedas também recuaram:
-
Ethereum (ETH): queda de quase 10%, cotado a US$ 1.618
-
Solana (SOL): queda de quase 10%, cotada a US$ 107,91
-
Ripple (XRP): queda de quase 7%, cotada a US$ 1,99
A forte aversão ao risco pressiona ativos digitais, em linha com os mercados tradicionais.