Galípolo convoca bancos para discutir riscos da operação entre BRB e Banco Master

Presidente do BC reúne maiores bancos privados neste sábado para tratar da compra do Banco Master pelo BRB

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, convocou uma reunião urgente com os maiores bancos privados do País. O encontro acontece neste sábado (5) e terá como tema principal a operação entre BRB e Banco Master, segundo fontes do setor.

A informação foi confirmada pelo Estadão/Broadcast. Os envolvidos pediram anonimato. A operação ainda aguarda aval de órgãos reguladores, incluindo o próprio BC.

Presidente do Banco Central Gabriel Galípolo

Convocação entrou na agenda pública

A reunião foi incluída na agenda oficial de Galípolo na noite de sexta-feira (4). No entanto, não traz detalhes sobre o conteúdo da pauta.

De acordo com a lista divulgada, participarão os presidentes do Itaú Unibanco, Milton Maluhy; do Bradesco, Marcelo Noronha; e do Santander Brasil, Mario Leão. Também estarão presentes André Esteves, sócio e presidente do conselho do BTG Pactual, e Daniel Lima, presidente do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Febraban se isenta da reunião

A Febraban, que representa os bancos, afirmou que não convocou o encontro. Em nota, disse que “a iniciativa da reunião entre o BC, os bancos mencionados e o FGC não partiu da Febraban, que não participará”.

Preocupação com riscos sistêmicos

Desde o anúncio da operação entre BRB e Banco Master, no dia 28, o tema vem preocupando o setor financeiro. Grandes bancos discutem internamente os riscos sistêmicos da transação.

O Master possui grande volume de CDBs a vencer ainda em 2024. No entanto, sua carteira é formada majoritariamente por ativos de baixa liquidez, como precatórios e direitos de recebimento incertos.

Sede do Banco Master

Possível atuação do BTG é especulada

Nos bastidores, circula a informação de que o BTG Pactual poderia assumir parte dos ativos do Master que não serão adquiridos pelo BRB. Contudo, até o momento, não há proposta oficial.

Bancos classificados como S1 — os maiores do sistema financeiro — têm discutido a situação em conjunto. Para eles, a operação levanta dúvidas sobre a solidez do Master e seus efeitos para o mercado como um todo.