O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, relativizou nesta quinta-feira (20) as divergências sobre o novo aumento da taxa Selic, anunciado na quarta-feira (19) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Para ele, a decisão já era esperada e faz parte de um processo iniciado anteriormente.
A taxa Selic agora está em 14,25%, patamar semelhante ao registrado em 2016, no auge da crise econômica do governo Dilma Rousseff. O principal objetivo da medida é conter a inflação, desacelerando a economia.
Contexto e continuidade da política monetária
Desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2023, o governo tem pressionado pela redução dos juros para impulsionar o crescimento econômico. No entanto, o Banco Central passou a ser comandado por Gabriel Galípolo, economista indicado pelo próprio governo.
Haddad explicou que o aumento já estava previsto desde a última reunião do Copom sob a gestão anterior, nomeada por Jair Bolsonaro. Segundo ele, três altas consecutivas da Selic foram definidas naquela ocasião, e a nova direção do Banco Central precisa administrar esse cenário.
Alinhamento com a estratégia de Lula
O discurso do ministro reflete a mesma posição adotada por Lula em janeiro, quando o Copom também elevou a Selic em um ponto percentual na primeira reunião sob o comando de Galípolo. Na ocasião, o presidente afirmou que “o Banco Central não pode dar um cavalo de pau em um mar revolto” e que a alta já estava prevista pela gestão anterior.
Haddad também destacou a qualificação dos técnicos do Banco Central e reforçou o compromisso do governo com o cumprimento das metas fiscais. “O Banco Central tem sua meta de inflação, assim como eu tenho a meta fiscal a cumprir. São desafios exigentes, mas que precisam ser alcançados”, afirmou.