Ataques contra a Tesla se intensificam nos EUA em meio a críticas a Musk e seu vínculo com Trump
Nas últimas semanas, uma série de ataques contra concessionárias, estações de recarga e veículos da Tesla tem se espalhado pelos Estados Unidos, evidenciando a crescente insatisfação de parte da população com Elon Musk e sua proximidade com o presidente Donald Trump. Desde a posse do republicano, mais de uma dezena de incidentes violentos foi registrada, incluindo incêndios criminosos, disparos e pichações contra a fabricante de veículos elétricos.
A onda de vandalismo ocorre em um momento delicado para a Tesla, que enfrenta queda nas vendas, desvalorização de suas ações e aumento da rejeição por consumidores que antes viam a empresa como referência em inovação e sustentabilidade.
Entre os ataques mais graves registrados recentemente estão:
- Colorado: Uma mulher lançou coquetéis molotov contra carros em uma concessionária da Tesla, pichou a palavra “Nazi” na fachada e escreveu “F— Musk” nas portas de entrada.
- Oregon: Um homem disparou contra uma loja da Tesla e incendiou veículos estacionados, causando um prejuízo estimado em US$ 500 mil.
- Massachusetts: Vários carregadores da Tesla foram incendiados em uma estação de recarga dentro de um centro comercial.
- Maryland: Prédios da Tesla foram pichados com a frase “No Musk” ao lado de um símbolo semelhante a uma suástica.
Além dos ataques diretos, manifestações contra a Tesla se espalharam pelo país. Em Nova York, seis pessoas foram presas após ocuparem uma loja da marca, enquanto na Califórnia, manifestantes seguravam cartazes com frases como “Boicote Tesla” e “Fogo em Musk, não nos parques nacionais”.
Diante da escalada dos ataques, Elon Musk se manifestou pela primeira vez sobre o assunto e condenou os atos de vandalismo. Em resposta a um vídeo mostrando uma estação de carregamento incendiada, publicado na rede social X, o bilionário afirmou: “Atos criminosos não são liberdade de expressão”.
A Tesla também anunciou que tomará providências legais. Em um comunicado oficial, a empresa declarou que irá “responsabilizar judicialmente qualquer pessoa que cause danos às suas instalações”.
Musk, que já foi amplamente reconhecido por seu papel na transição energética, tornou-se uma figura polarizadora após se aproximar da política americana. O empresário doou US$ 288 milhões para a campanha de Trump e assumiu um cargo como conselheiro do governo, sendo apelidado por críticos de “Presidente Musk”.
Os ataques à Tesla também refletem a indignação com o chamado Departamento de Eficiência Governamental (D.O.G.E.), uma força-tarefa criada por Trump e coordenada por Musk, que tem promovido cortes drásticos no funcionalismo público. A medida resultou na demissão de 100 mil servidores federais e desencadeou uma onda de protestos em diversas partes do país.